sexta-feira, 5 de março de 2010


Casal Garotinho e outros 86 réus terão 15 dias para apresentar defesa


Apartamento teria sido comprado com dinheiro desviado.
Segundo MP, Garotinho recebeu R$ 600 mil para pré-campanha. Ele nega.
Do G1, no Rio, com informações do RJTV
O casal Anthony e Rosinha Garotinho e outros 86 réus acusados de participar de um suposto esquema de desvio de R$ 410 milhões terão até 15 dias para apresentar defesa por escrito à Justiça. O prazo começa a valer assim que os acusados forem notificados.
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Segundo as investigações do Ministério Público, entre os anos de 2003 e 2006, período em que Rosinha era governadora do Rio, a Fundação Escola de Serviço Público (Fesp) movimentou mais de R$ 426 milhões. Os promotores responsáveis pelo caso afirmaram que já conseguiram rastrear R$ 58 milhões do total movimentado pela Fesp.
O dinheiro vinha de secretárias e órgãos estaduais para a suposta contratação de serviços de Organizações Não-Governamentais (ONGs). A Secretaria estadual de Saúde, que tinha na época como gestor o médico Gilson Cantarino, foi responsável por 46,36% desse repasse. O Instituto Vital Brasil, presidido por Oscar Berro, por 20%, o Detran, por 15%, e a maior parte do dinheiro teria ficado a cargo de quatro ONGs.
Dinheiro desviado para compra de apartamento
As investigações do MP apontam que, em outubro de 2004, um apartamento na Tijuca, na Zona Norte do Rio, foi comprado com o dinheiro desviado dos cofres públicos. Um casal, que representava organizações ligadas ao esquema, foi quem adquiriu o imóvel. O pagamento do apartamento teria sido feito por uma empresa fantasma.
Dois empresários seriam os principais articuladores do esquema – o empresário Ricardo Secco, pai da atriz Deborah Secco, e o contador Ruy Castanheira. Os promotores transcreveram conversas telefônicas autorizadas pela Justiça, em que os dois empresários discutiam como desviar o dinheiro.
Dinheiro para campanha presidencial
A denúncia do MP diz ainda que, em 2006, Anthony Garotinho recebeu R$ 600 mil para a sua pré-campanha presidencial. O ex-governador e sua esposa, Rosinha, se defenderam das acusações por meio de seu blog.
Eles afirmaram que o dinheiro foi recebido e devolvido por dois integrantes do diretório regional do PMDB. O casal Garotinho negou envolvimento em qualquer desvio de dinheiro público.
Os empresários Ricardo Secco e Ruy Castanheira foram procurados pela equipe de produção do RJTV, mas não retornaram as ligações.
Promotores investigam ONGs
Os promotores, porém, só investigaram quatro da 14 ONGs que estariam envolvidas no esquema. Através dessas quatro organizações, teriam sido desviados R$ 58,7 milhões. O MP calcula que o prejuízo com o envolvimento das 14 ONGs chegue a R$ 410 milhões.
A fraude começaria com contratações de empresas através da Fundação Escola de Serviço Público (Fesp), feitas, supostamente, sem licitação e envolvendo vários órgãos, como as secretarias estaduais de Educação, de Segurança Pública, de Saúde, o Instituto Vital Brazil, o Detran, a Cedae - a companhia estadual de águas e esgotos - e a Suderj - que administra os estádios, entre eles o Maracanã.
A Fesp teria subcontratado 14 Organizações Não-Governamentais. O Ministério Público concentrou as investigações em quatro delas, que teriam provocado um rombo de R$ 63 milhões ao patrimônio público.
À frente dessas ONGs estaria o empresário Ricardo Secco, que já havia sido preso durante a Operação Águas Profundas e que deu origem à denúncia do MP. Ricardo também foi denunciado, assim como sua atual mulher, Angelina Direnna Secco, sua ex-mulher, Silvia Regina Fialho Secco, e seus três filhos, a atriz Débora Secco, Ricardo Fialho Secco e Bárbara Fialho Secco. Segundo o MP, os três filhos teriam participação numa das empresas envolvidas na fraude.

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