quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Econômia

Pão de Açúcar e Casas Bahia terão que manter compras separadas

SÃO PAULO (Reuters) - O Pão de Açúcar e as Casas Bahia terão que manter separadas suas estruturas de compra, celebrando contratos distintos com os fornecedores. Assim, a captura de parte dos 2 bilhões de reais em sinergias previstas pela união dos varejistas será adiada.
A determinação foi imposta pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e faz parte do Acordo de Reversibilidade da Operação (Apro) assinado nesta quarta-feira sobre a compra, em dezembro, do controle das Casas Bahia pelo grupo do empresário Abílio Diniz.
As empresas também terão que manter estruturas comerciais e instrumentos contratuais independentes das Casas Bahia e do Ponto Frio, o último adquirido pelo Pão de Açúcar no meio de 2009.
O Apro, que irá vigorar até o julgamento final no Cade sobre a compra das Casas Bahia pelo Pão de Açúcar, prevê ainda que as companhias deverão manter as marcas Ponto Frio e Casas Bahia. As campanhas publicitárias das redes continuarão separadas, com investimentos em propaganda e marketing em níveis similares a anos anteriores.
As empresas também terão que manter em funcionamento todas as lojas existentes e seus respectivos centros de distribuição, e ainda suas políticas de concessão de crédito.
As varejistas terão que enviar relatórios bimestrais ao Cade para o acompanhamento da evolução e cumprimento das determinações do órgão antitruste, segundo nota à imprensa.
O Pão de Açúcar e as Casas Bahia informaram que consideram o acordo com o Cade positivo, porque não existe a necessidade de suspensão dos efeitos da associação.
Além disso, as empresas destacaram em comunicado que a medida é suficiente para dar "conforto" às autoridades durante o processo de análise e para que sejam adotadas medidas pontuais que garantam a reversibilidade da operação.
Em 4 de dezembro do ano passado, o Pão de Açúcar anunciou a compra de 51 por cento da Casas Bahia, que deverá ser incorporada pela Globex (controladora do Ponto Frio, comprada em junho de 2009).
Juntas, as empresas têm cerca de 1 mil lojas em 327 cidades do país.

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